sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Fracassos e sucessos


Tenho pouco tempo hoje, mas não queria deixar de escrever nem de mostrar o ipê que encontrei pelo caminho, enquanto trabalhava. Desci do carro e pisei em um chão todo rosa. Você está vendo o que vi, quando olhei para o alto.

Um protesto, rapidinho:

Não sei se você tem a mesma impressão que eu. Mas acho nossa sociedade competitiva demais! Uma competição louca, que vai corroendo todos os aspectos da vida. Mesmo tentando manter-me longe da loucura, tenho a sensação de que há um classificador automático, rotulando meus dias, meses e anos em sucessos ou fracassos. Ou consegui, ou não consegui "vencer". Ou "superei" ou não. Não importa o quê.

Olha, isso cansa, viu? E leva muita energia, que a gente poderia usar de um jeito melhor e mais gostoso. A vida pode ser mais lúdica, sem ser irresponsável.

Em um desses dias em que tentava fugir do "fracasso" e "vencer" minha cota de produção, encontrei esse ipê em uma rua qualquer. Olhar de repente para o não humano, tão lindo e completo, deu-me um choque de realidade e fiquei pensando que nos tornamos escravos das lendas que criamos.

Fracassos e sucessos, lá no fundo, são nomes que inventamos para reprimir ou estimular comportamentos. Não se pode levar isso tão a sério a ponto de confundir nossa identidade com o conceito. Isso não tem nada a ver comigo, enquanto indivíduo. Nem com você.

Um ser humano, olhado de perto o suficiente, nunca é vencedor.

Nem vencido.

Nós existimos.

Somos.

E ponto final!


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