quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Bujinkan
Bujinkan é uma organização japonesa, fundada e administrada ainda hoje pelo mestre Masaaki Hatsumi, herdeiro de nove escolas antigas de artes marciais. Ainda antes da minha primeira aula, pesquisei e aprendi um pouco da história dos ninjas e dos samurais no Japão antigo. Eram grupos diferentes, claro, e quase sempre estiveram em polos opostos, embora muitos ninjas fossem também samurais. Há muito o que aprender e muito para se encantar com as riquezas culturais daquele povo.
Mas há uma diferença em especial que me chama muito a atenção. Os samurais tinham um código de honra muito rígido, que estava acima até mesmo da vida. O suicídio era, inclusive, uma obrigação do samurai honrado em algumas ocasiões. Já os ninjas, origem remota da Bujinkan, tinham na sobrevivência, sua e de seu clã, seu foco principal. Num mundo violento, desigual e cruel, sobreviver era um objetivo suficientemente árduo de se conquistar.
Vários séculos ficaram para trás e, nas aulas que recebo hoje, reconheço esse traço ainda muito nítido. Os ensinamentos dos meus professores, Vinícius e Roberto, mostram sempre que o importante, mesmo, é o budoka aperfeiçoar-se, desenvolver-se e superar as próprias limitações, ficando mais apto a sobreviver.
Não há competições na Bujinkan. Não há medalhas. Não há troféus. Há o shinden: a transmissão do coração de quem ensina ao coração de quem aprende. Ao meu lado há pessoas que querem que eu treine melhor a cada dia, pois o grupo todo cresce com isso. Ninguém sonega informações importantes, porque não é meu inimigo. Não perseguimos a conquista de um lugar de destaque no mundo, nem tentamos sobrepor nossa "honra" pessoal a nada. Buscamos, com humildade, adormecer com menos imperfeições do que quando acordamos e, assim, amanhecermos menos vulneráveis na manhã seguinte. Não imagino estratégia melhor para sobreviver numa sociedade caótica.
Olho à minha volta e o mundo que vejo não é menos violento, desigual, cruel ou caótico que o do Japão feudal. A competição é estimulada sem limites em cada pequeno detalhe da vida. Num mundo assim, a cooperação e a solidariedade são vistas quase sempre como traços de pessoas ingênuas ou despreparadas para as mazelas da existência.
Não são.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Papo de elevador
Muita coisa pra fazer, pouco tempo como sempre. Mas andei pensando que deixar de escrever, mesmo que seja pouco, fez mal pra mim.
Pensei também que, com boa vontade, uma boa comunicação pode ser feita brevemente. Pessoas com algo a dizer conseguem trocar sempre uma boa idéia, mesmo que o tempo seja bem curto. No elevador, no metrô, antes da aula... Quem quer ouvir ou dizer algo interessante, não precisa de muito tempo. Nem de muito espaço.
Assim, a gente vai se falando e não deixa de cuidar da vida.
Bom te ver!
Pensei também que, com boa vontade, uma boa comunicação pode ser feita brevemente. Pessoas com algo a dizer conseguem trocar sempre uma boa idéia, mesmo que o tempo seja bem curto. No elevador, no metrô, antes da aula... Quem quer ouvir ou dizer algo interessante, não precisa de muito tempo. Nem de muito espaço.
Assim, a gente vai se falando e não deixa de cuidar da vida.
Bom te ver!
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